Discoteca Básica: Câmbio Negro "Sub-Raça" (1993)
- ANDRE BRITO
- 1 de jul.
- 2 min de leitura

Lançado em 1993, ainda em LP, o disco Sub-Raça, é considerado um marco na história do Rap Nacional.
Formado por “X” e DJ Jamaika (RIP), o Câmbio Negro surpreendeu com as letras contundentes que influenciariam dezenas de outros rappers.
“Careca sim e Daí” com sample da música Monster Crack, de Kool Moe Dee, mostra uma letra “pagadora de sapo”, bem ao estilo Rap, onde o rapper "X" populariza de vez a expressão “Véi”, típica da Capital Federal.
Direcionada sistematicamente aos “bodinhos” (como eram chamados os meninos ricos da capital), era cantada nos bailes até pelos próprios playboys. Irônico, não?
Mas não só de críticas aos ricos eram feitas as músicas do disco. “Que Irmão é Você” chama a atenção para aquele mano que desanda e merece, segundo a ótica da periferia, levar um “sacode” pela conduta errada. Povoada por samples de Thaíde e DJ HUM e Racionais MC’s, a base lembra os funks dos anos 1970, suingada e sincopada, com baixos poderosos e ao mesmo tempo, suaves.
Fechando a trilogia inicial de apresentação e esculhambação dos manos errados e exaltação à periferia “Que se Fodam Vocês” conta o dia a dia na periferia do jovem negro, mas também é um lamento vindo direto da urbanidade, que no fim, dá as costas à sociedade opressora e vai viver a vida.
Mas ainda dentro desse espirito de crítica, sem dúvida a melhor música é a faixa título do LP. “Sub-Raça” que parte daquele princípio racista que Hitler, personificado por uma voz feminina (retirada de uma reportagem do início dos anos 1980, onde os cariocas reclamam da quantidade e da qualidade de pessoas oriundas das comunidades passaram a frequentar as praias da Zona Sul) , chama os negros ou simplesmente todos que moram em favelas de sub-humanos. Mas na verdade, sub-raça, é a PQP!
FAIXAS
Lado A
A1 Dê-nos ouvidos (part. Marcão Baseado nas Ruas)
A2 Que se fodam vocês
A3 Careca sim e daí
A4 Que irmão é você
A5 Bala perdida
Lado B
B1 Sub raça
B2 Cadáver ambulante
B3 “X” sem Ana
B4 Não pare
B5 Não somos santos





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